Autor: Leonardo Bertozzi
Fonte: ESPN
GRUPO C
Veja a terceira parte da apresentação da Copa Africana de Nações, que começa no dia 21 de janeiro e terá cobertura completa dos canais ESPN.
GABÃO
Como se classificou: país-sede
Melhor participação: quartas-de-final em 1996
Ranking da Fifa: 77
Técnico: Gernot Rohr (alemão)
O futebol no Gabão vive um momento de euforia após a inesperada classificação da seleção sub-23 para os Jogos Olímpicos de Londres. Jogando em casa, o time principal espera repetir a surpresa e chegar longe no torneio, apesar da chave complicada.
Os gaboneses, que enfrentaram o Brasil em novembro em algo parecido com um campo de futebol, têm a espinha dorsal em times da França: o goleiro Ovono (Le Mans), os defensores Apanga (Brest) e Manga (Lorient), os meio-campistas Palun (Nice) e Poko (Bordeaux) e os atacantes Mouloungui (Nice) e Pierre-Emerick Aubameyang (foto - Saint-Etienne).
Aubameyang é o mais novo (22 anos) e mais talentoso de três irmãos formados nas categorias de base do Milan. Os mais velhos, Catilina e Willy, não conseguiram um lugar na convocação do técnico Gernot Rohr, finalista da Copa da Uefa com o Bordeaux de Zidane em 1996. O capitão Daniel Cousin já está em fim de carreira, mas ainda é visto como referência no elenco.
Repetir a melhor campanha, em 1996, quando superou a fase de grupos, já estaria de bom tamanho para o Gabão. Em 2010, a equipe não conseguiu avançar os mata-matas, mesmo depois de uma vitória sobre Camarões na estreia.
NÍGER
Como se classificou: primeiro colocado no grupo G
Melhor participação: nunca disputou
Ranking da Fifa: 98
Técnico: Harouna Gadbe (nigerino)
O Níger foi a grande sensação das eliminatórias, vencendo um grupo que tinha África do Sul e o atual tricampeão Egito. Na última rodada, a equipe se beneficiou de uma incrível falha dos sul-africanos, que seguraram um 0 a 0 com Serra Leoa desconhecendo os critérios de desempate que os eliminavam. A vaga do Níger foi garantida com 100% de aproveitamento em casa e três derrotas como visitante.
Disputando pela primeira vez a CAN, os nigerinos sabem que o principal objetivo é não dar vexame e arrancar os pontos que forem possíveis. O principal expoente do elenco é o atacante Moussa Maazou, que já defendeu o CSKA Moscou e atualmente joga pelo Zulte-Waregem, da Bélgica. Outros jogadores que estão na Europa disputam divisões inferiores.
O experiente volante Idrissa Laouali, que atua no futebol de Burkina Faso, é o capitão da equipe. No ataque, dois jogadores representam clubes tradicionais do continente - de países rivais no grupo - Alhassane Issoufou pertence ao Raja Casablanca, do Marrocos, e Daouda Kamilou ao Sfaxien, da Tunísia.
Para ajudar a bancar a participação do Níger na competição, com custos totais estimados em 3 milhões de euros, o governo local criou um imposto sobre a telefonia celular. Cada ligação feita no país até o fim da CAN terá um custo adicional de 15 milésimos de euro.
MARROCOS
Como se classificou: primeiro colocado no grupo D
Melhor participação: campeão em 1976
Ranking da Fifa: 60
Técnico: Eric Gerets (belga)
A seleção marroquina aparece como a principal candidata a manter a hegemonia do norte da África na CAN, que já dura quatro edições. Com um técnico experiente e vitorioso, campeão nacional em quatro países diferentes, os Leões do Atlas pintam como favoritos ao primeiro lugar no grupo, o que aumentaria as chances de evitar um confronto com Gana já nas quartas-de-final.
Gerets conta com um sistema defensivo sólido, liderado por Benatia (Udinese), um dos zagueiros mais consistentes do futebol italiano, e pelo lateral-esquerdo El Kaddouri, do Celtic. No meio, a criatividade vem de jogadores como Boussoufa (Anzhi), Kharja (Fiorentina) e Taarabt (QPR).
O ataque deposita suas esperanças em Youssouf Hadji, do Rennes, e Chamakh, que não vive seu melhor momento - pergunte a um torcedor do Arsenal -, mas tende a crescer com a camisa da seleção. Nas eliminatórias, a equipe não conseguiu marcar em metade dos jogos, mas disparou quatro contra a Argélia em um jogo fundamental para a conquista da vaga.
No papel, é uma seleção capaz de chegar no mínimo às semifinais. Vencer o clássico com a Tunísia na estreia é fundamental para evitar uma pressão maior para o segundo jogo, contra os donos da casa.
TUNÍSIA
Como se classificou: segunda colocada no grupo K
Melhor participação: campeã em 2004
Ranking da Fifa: 60
Técnico: Sami Trabelsi (tunisiano)
A Tunísia é aquela seleção que sempre chega, mas raramente vence. A exceção foi a edição de 2004, disputada no país. O técnico Sami Trabelsi sabe bem do que se trata: teve vasta experiência como jogador, participando de três CANs (1996, 1998 e 2000) e da Copa do Mundo de 1998, na França.
Os tunisianos deram vexame em 2010, terminando em último no grupo, e por pouco não ficaram fora em 2012. Nas eliminatórias, Trabelsi assumiu no meio da campanha e a classificação só veio na última rodada, graças à vitória por 2 a 0 cima do Togo e ao tropeço de Maláui (2 a 2) contra o Chade. Os resultados deixaram o time em segundo lugar, atrás da zebra Botsuana.
A equipe que disputará a Copa Africana tem como base o campeão africano de clubes, o Espérance, que cedeu seis jogadores. Destaque para Oussama Daragi, eleito o melhor jogador em atividade no continente em 2011. Boa parcela do elenco tem experiência na Europa: Haggui (foto - Hannover), Jemal (Colônia), Jemaa (Auxerre), Allagui (Mainz) e Chermiti (Zürich) são alguns dos exemplos.
Apesar de ser, no papel, a segunda força do grupo, a irregularidade do time e o fato de enfrentar o Gabão na última rodada em um jogo que pode ser decisivo são razões para ficar com um pé atrás.
23/jan: Gabão x Níger, Marrocos x Tunísia (rodada dupla em Libreville)
27/jan: Níger x Tunísia, Gabão x Marrocos (rodada dupla em Libreville)
31/jan: Níger x Marrocos (Libreville), Gabão x Tunísia (Franceville)
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